Filósofos Pré-socráticos



PRIMEIROS FILÓSOFOS DA GRÉCIA

Você já se perguntou sobre como são formadas as coisas? Qual a origem delas? Algumas pessoas na Grécia Antiga se preocuparam com essa questão.

OS PRÉ-SOCRÁTICOS OU COSMOLÓGICOS

A filosofia pré-socrática se desenvolve em cidades da Jônia (na Ásia menor): Mileto, Éfeso, Samos e Clazômena; em cidades da Magna Grécia (sul da Itália e Sicília): Crotona, Tarento, Eleia e Agripento; e na cidade de Abdera, na Trácia.

 Os principais filósofos pré-socráticos foram:

Þ  Filósofos da Escola Jônica: Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Anaximandro de Mileto e Heráclito de Éfeso;
Þ  Filósofos da Escola Itálica; Pitágoras de Samos, Filolau de Crotona e Árquitas de Tarento;
Þ  Filósofos da Eleata: Parmênides de Eléia e Zenão de Eleia;
Þ  Filósofos da Escola da Pluralidade: Empédocles de Agripento, Anaxágoras de Clazômena, Leucipo de Abdera e Demócrito de Abdera.

v As principais características da cosmologia são:

Þ  É uma explicação racional e sistemática sobre a origem, ordem e transformação da natureza, da qual os seres humanos fazem parte, de modo que, ao explicar a natureza, a filosofia também explica a origem e as mudanças dos seres humanos.

Þ  Busca o princípio natural, eterno, imperecível e imortal, gerador de todos os seres. Em outras palavras, a cosmologia não admite a criação do mundo a partir do nada, mas afirma a geração de todas as coisas por um princípio natural de onde vem e para onde tudo retorna. Esse princípio é uma natureza primordial e chama-se PHYSIS (palavra originada do verbo que significa “fazer surgir”, “fazer brotar”, “fazer nascer”, “produzir”), sendo ela a causa natural contínua e imperecível da existência de todos os seres e de suas transformações. A physis não pode ser considerada pela percepção sensorial (esta só nos oferece as coisas já existentes), mas apenas pelo pensamento. Em outras palavras, ela é aquilo que o pensamento descobre quando indaga qual é a causa da existência e da transformação de todos os seres percebidos. A physis é a natureza tomada em sua totalidade, isto é, a natureza entendida como princípio e causa primordial da existência e das transformações das coisas naturais (os seres humanos aí incluídos) e entendida como o conjunto ordenado e organizado de todos os seres naturais ou físicos.

Þ  Afirma que, embora a physis (o princípio ou o elemento primordial eterno) seja imperecível, ela dá origem a todos os seres infinitamente variados e diferentes do mundo, seres que, ao contrário do princípio gerador, são perecíveis ou mortais. A physis é imortal e as coisas físicas são mortais.

Þ  Afirma que, embora a physis seja imutável, os seres físicos ou naturais gerados por ela, além de serem mortais, são mutáveis ou seres em contínua transformação, mudando de qualidade (por  exemplo, o branco amarelece, acinzenta, enegrece; o negro acinzenta, embranquece. O novo envelhece; o quente esfria; o frio esquenta. O seco fica úmido; o úmido seca; o dia se torna noite; a noite se torna dia; a primavera cede lugar ao verão, que cede lugar ao outono, que cede lugar ao inverno; o saudável adoece; o doente se cura; a criança cresce; a árvore vem da semente e produz sementes, etc.) e mudando de quantidade ( o pequeno cresce e fica grande; o grande diminui e fica pequeno; o longe fica perto se eu for até ele ou se as coisas distantes chegarem até mim, um rio aumenta de volume na cheia e diminui na seca, etc.) Portanto, o mundo está numa mudança contínua, sem por isso perder sua forma, sua ordem e sua estabilidade.

A mudança - nascer, morrer, mudar de qualidade ou de quantidade, perecer – se diz em grego kínesis, palavra que significa “movimento”. Por movimento, os gregos não entendem apenas a mudança de lugar ou locomoção, mas toda e qualquer alteração ou mudança qualitativa e/ou quantitativa de um ser, bem como seu nascimento e seu perecimento. As coisas naturais, isto é, todos os seres existentes, se movem ou são movidos por outros seres e o mundo está em movimento ou transformação permanente.   O movimento das coisas e do mundo chama-se devir e o devir segue leis rigorosas que o pensamento conhece. Essas leis são as que mostram que toda mudança é passagem de um estado ao seu contrário: dia-noite, claro-escuro, quente-frio, seco-úmido, novo-velho, pequeno-grande, bom-mau, cheio-vazio, um-muitos, etc., e também no sentido inverso, noite-dia, escuro-claro, frio-quente, muitos-um,
etc. O devir é, portanto, a passagem contínua de uma coisa ao seu estado contrário e essa passagem não é caótica, mas obedece a leis determinadas pela physis ou pelo princípio fundamental do mundo.
Embora todos os pré-socráticos afirmassem as idéias que acabamos de expor, nem por isso concordaram ao determinar o que era a physis, e cada filósofo encontrou motivos e razões para determinar qual era o princípio eterno e imutável que está na origem da natureza e de suas transformações. Assim, Tales dizia que oprincípio era a água ou o úmido; Anaximandro considerava que era o ilimitado sem qualidades definidas; Anaxímenes, que era o ar ou o frio; Pitágoras julgava que era o número; Heráclito afirmou que era o fogo; Empédocles que eram quatro raízes (úmido, seco, quente e frio); Anaxágoras que eram sementes que continham os elementos de todas as coisas; Leucipo e Demócrito disseram que eram os átomos.

Resumido e adaptado do livro Convite à Filosofia de Marilena Chauí

Gosta de Paródia? Então, acompanha o vídeo abaixo:


Paródia: Os pré-socráticos (Projeto Dom Quixote)

Na antiguidade, bem no passado
Século VI, antes de nascer o Cristo oh oh
Havia um homem, lá em Mileto
Que questionava os poemas de Homero oh oh
A Filosofia assim teve início
Lá em Mileto, tales sorriu

Baby, o Mito não aguentou quando o Logos nasceu
Transformando os temas míticos em racionais
Cosmologia pré-socrática veio abalando
Vamos achar oh oh
Qual o princípio de tudo?

Abra o olho para ver o que eu percebi
A História desvelou caminhos da fantasia
Na Natureza se encontra o que eu vou procurar

Vamos achar oh oh
Qual o princípio de tudo?
Tales de Mileto – água
Anaximandro – ápeiron
Anaxímenes – ar
Pitágoras de Samos – número
Vem o Heráclito – fogo
Também Parmênides – o ser
E Demócrito, o pai do atomismo oh oh
A Filosofia assim teve início
Buscando o Arché, os “loucos” iam

Baby, o Mito não aguentou quando o Logos nasceu
Transformando os temas míticos em racionais
Cosmologia pré-socrática veio abalando
Vamos achar oh oh

Qual o princípio de tudo?

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