01. (UEL-2011) Leia o texto
a seguir.
Na Primeira Secção da Fundamentação da
Metafísica dos Costumes, Kant analisa dois conceitos fundamentais de sua teoria
moral: o conceito de vontade boa e o de imperativo categórico. Esses dois
conceitos traduzem as duas condições básicas do dever: o seu aspecto objetivo,
a lei moral, e o seu aspecto subjetivo, o acatamento da lei pela subjetividade
livre, como condição necessária e suficiente da ação. (DUTRA, D. V. Kant e
Habermas: a reformulação discursiva da moral kantiana. Porto Alegre: EDIPUCRS,
2002. p. 29.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a
teoria moral kantiana, é correto afirmar:
a) A vontade boa, enquanto condição do dever,
consiste em respeitar a lei moral, tendo como motivo da ação a simples
conformidade à lei.
b) O imperativo categórico incorre na
contingência de um querer arbitrário cuja intencionalidade determina
subjetivamente o valor moral da ação.
c) Para que possa ser qualificada do ponto de
vista moral, uma ação deve ter como condição necessária e suficiente uma
vontade condicionada por interesses e inclinações sensíveis.
d) A razão é capaz de guiar a vontade como meio
para a satisfação de todas as necessidades e assim realizar seu verdadeiro
destino prático: a felicidade.
e) A razão, quando se torna livre das condições
subjetivas que a coagem, é, em si, necessariamente conforme a vontade e somente
por ela suficientemente determinada.
2. "O imperativo categórico é, portanto só
um único, que é este: Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo
tempo querer que ela se torne lei universal." (KANT, Immanuel.
Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. de Paulo Quintela. Lisboa:
Edições 70, 1995. p. 59.)
Segundo
essa formulação do imperativo categórico por Kant, uma ação é considerada ética
quando:
a) Privilegia os interesses particulares
em detrimento de leis que valham universal e necessariamente.
b) Ajusta os interesses egoístas de uns
ao egoísmo dos outros, satisfazendo as exigências individuais de prazer
e felicidade.
c) É determinada pela lei da natureza,
que tem como fundamento o princípio de auto-conservação.
d) Está subordinada à vontade de Deus,
que preestabelece o caminho seguro para a ação humana.
e) A máxima que rege a ação pode ser
universalizada, ou seja, quando a ação pode ser praticada por todos, sem
prejuízo da humanidade.
3. (UEL-2007) Na segunda seção da Fundamentação
da Metafísica dos Costumes, Kant nos oferece quatro exemplos de
deveres. Em relação ao segundo exemplo, que diz respeito à falsa promessa, Kant
afirma que uma “pessoa vê-se forçada pela necessidade a pedir dinheiro
emprestado. Sabe muito bem que não poderá pagar, mas vê também que não lhe
emprestarão nada se não prometer firmemente pagar em prazo determinado. Sente a
tentação de fazer a promessa; mas tem ainda consciência bastante para perguntar
a si mesma: Não é proibido e contrário ao dever livrar-se de apuros desta
maneira? Admitindo que se decida a fazê-lo, a sua máxima de ação seria: Quando
julgo estar em apuros de dinheiro, vou pedi-lo emprestado e prometo pagá-lo,
embora saiba que tal nunca sucederá.” Fonte: KANT, I. Fundamentação da
Metafísica dos
Costumes. Tradução
de Paulo Quintela. São Paulo: Abril Cultural, 1980, p. 130.
De acordo com o texto e os conhecimentos sobre
a moral kantiana, considere as afirmativas a seguir.
I - Para Kant, o princípio da ação da falsa
promessa não pode valer como lei universal.
II - Kant considera a falsa promessa moralmente
permissível porque ela será praticada apenas para sair de uma situação
momentânea de apuros.
III - A falsa promessa é moralmente reprovável
porque a universalização de sua máxima torna impossível a própria promessa.
IV - A falsa promessa é moralmente
reprovável porque vai de encontro às inclinações sociais do ser humano.
A alternativa que contém todas as afirmativas
corretas, é:
a) I e II
b) I e III
c) II e IV
d) I, II e
III
e) I, II e
IV
4. (UEL-2004) Ser caritativo quando se
pode sê-lo é um dever, e há além disso muitas almas de disposição tão
compassiva que, mesmo sem nenhum outro motivo de vaidade ou interesse, acham
íntimo prazer em espalhar alegria à sua volta e se podem alegrar com o contentamento
dos outros, enquanto este é obra sua. Eu afirmo porém que neste caso uma tal
acção, por conforme ao dever, por amável que ela seja, não tem contudo nenhum
verdadeiro valor moral, mas vai emparelhar com outras inclinações, por exemplo
o amor das honras que, quando por feliz acaso topa aquilo que efectivamente é
de interesse geral e conforme ao dever, é consequentemente honroso e merece
louvor e estímulo, mas não estima; pois à sua máxima falta o conteúdo moral que
manda que tais acções se pratiquem, não por inclinação, mas por dever.
(KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. de Paulo
Quintela. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 113.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre
dever em Kant, é correto afirmar:
a) Ser compassivo
é o que determina que uma ação tenha valor moral.
b) Numa ação
por dever, as inclinações estão subordinadas ao princípio moral.
c) A ação
por dever é determinada pela simpatia para com os seres humanos.
d) O valor
moral de uma ação é determinado pela promoção da felicidade humana.
e) É no
propósito visado que uma ação praticada por dever tem seu valor moral.
Gabarito:
1 A
2 E
3 B
4 B
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